Diferença entre Dismenorreia Primária e Secundária

Nas aulas de biologia, aprendemos que a cólica menstrual também pode ser chamada de dismenorreia, termo de origem grega que significa menstruação difícil ou dolorosa.

Ela pode ser classificada em dois tipos: dismenorreia primária e secundária, que possuem diferentes causas e sintomas¹.

Entenda melhor as diferenças!

O que é dismenorreia?

Como explicamos, a dismenorreia é o nome que se dá aos sintomas dolorosos que as mulheres sentem na região abdominal (mais precisamente no baixo ventre) durante o período menstrual, podendo ser do tipo primário ou secundário¹.

A diferença entre uma ou outra está nos sintomas e nas causas: enquanto a dismenorreia primária faz parte do ciclo menstrual e é totalmente comum as mulheres, a dismenorreia secundária pode estar relacionada a alguma doença pélvica¹,².

Quais as causas da dismenorreia primária e secundária?

Dismenorreia primária: o que dificulta o ciclo menstrual e causa desconforto na mulher, principalmente na dismenorreia primária, é a produção de prostaglandinas, bem comuns nesse período. Essas substâncias fazem o útero contrair para eliminar o endométrio na menstruação, causando pressão e dor em forma de cólica¹.

Dismenorreia secundária: a cólica do tipo secundário geralmente está relacionada a alterações do sistema reprodutivo como endometriose, mioma, doença inflamatória pélvica, etc¹,². Por isso, dizemos que a dismenorreia secundária é extrínseca ou adquirida¹, ou seja, não faz parte de um ciclo menstrual saudável, já que é causada por alguma anormalidade.

Na dismenorreia secundária, assim como na primária, há o aumento da produção de prostaglandinas, pois o útero precisa contrair para liberar o endométrio na menstruação. Porém, o que ocorre na dismenorreia secundária é que temos as prostaglandinas atuando junto com a causa por trás da dor – nesse caso uma doença pélvica –, potencializando os fenômenos inflamatórios e dolorosos¹.

Quais os principais sintomas?

Dismenorreia primária: a dor é aguda e espaçada, com duração típica de dois a três dias e está associada ao início do fluxo menstrual, podendo irradiar para a região lombar e para a raiz das coxas. A dor também pode estar associada a sintomas como náuseas, vômito, dor de cabeça, tontura e até mesmo desmaio¹,².

Dismenorreia secundária: a dor é pesada e contínua, podendo iniciar até duas semanas antes da menstruação e persistir durante todo o ciclo¹,²!

Como é feito o diagnóstico?

Na maioria das vezes, as mulheres nem imaginam que têm alguma doença pélvica e acham que os sintomas estão associados somente à menstruação quando, na verdade, há um fator agravante. Por isso, é muito importante estar atenta à intensidade das dores e procurar um ginecologista se alguma anormalidade for constatada!

Em geral, o diagnóstico pode ser feito apenas analisando o início e a duração dos sintomas, mas também podem ser realizados exames físicos para verificar a presença de anomalias na região uterina¹. Com o diagnóstico, é possível eliminar as doenças e, consequentemente, tratar as cólicas excessivamente dolorosas.

Como aliviar as cólicas?

No caso da dismenorreia primária, o tratamento é basicamente sintomático e consiste na busca de alívio para a dor, seja com o uso de medicamentos ou mesmo com algumas mudanças comportamentais.

Já na dismenorreia secundária, pode-se utilizar medicamentos para reduzir os sintomas dolorosos, mas é muito importante investigar e tratar a doença por trás desses sintomas¹.

Alguns dos métodos indicados para o alívio das cólicas são:

  • repouso¹;
  • aplicação de calor no local (como uma bolsa de água quente)¹;
  • exercício físico¹;
  • medicamentos¹;
  • alimentação leve¹;
  • acupuntura¹.

Agora você já sabe as principais diferenças entre dismenorreia primária e secundária, além de algumas dicas para aliviar as suas cólicas menstruais. Mas lembre-se: ninguém conhece o seu corpo melhor que você. Por isso, ao notar qualquer sintoma estranho, não deixe de procurar o seu médico!


Referências:

  1. Diegoli, MSC; Diegoli, CA; Fonseca, AM. Dismenorreia [Internet]. RBM. [Fonte]
  2. Bernardes, J. Dor pélvica e dismenorreia [Internet]. Manual de Ginecologia da FSPOG. [Fonte]

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